Gafieira é o local onde por volta do fim do século XIX e início do séulo XX em diante, tradicionalmente as classes mais humildes podiam freqüentar para praticar as danças de casal (danças de salão). Não chegava a ser um clube e sim uma alternativa, para essas pessoas e pelo que consta a história, as gafieiras sempre existiram no município do Rio de janeiro, mas ao contrário do que ensinam os institutos voltados à preservação do patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro, a gafieira mais antiga do Rio de Janeiro não é a Estudantina, de propriedade do senhor Isidro, um esforçado português que na década de 1980 pretendia somente montar uma churrascaria nesse local, mas que por excesso de exigências na obtenção de um simples alvará, desistiu do oneroso investimento, e como não havia o que fazer, aproveitou a instalação e montou uma casa de samba, a qual logo tornou-se a mais famosa em função da localização e também por ter acontecido no ressurgir dessa atividade esquecida com o fim da vida noturna. O Seu Isidro, além de ter ali recebido milhares de dançarinos no salão da ex-churrascaria, ainda hoje é um local aberto ao público e a quem quiser fazer uma visita ao passado e apreciar a decoração dessa churrascaria destinada a resgatar a cultura boêmia que não existe mais. Atualmente há outras gafieiras espalhadas principalmente pelo bairro da Lapa, no Centro do Rio de Janeiro. Localizam-se principalmente na Rua Mem de Sá - entre eles o tradicional Clube dos Democráticos e o recente Lapa 40º- e Rua do Riachuelo - Tatro Odisséia, Carioca da Gema, etc.
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Atitude de um dançarino de samba
Um dos principais aspectos observados no estilo samba de gafieira é a atitude do dançarino frente a sua parceira: malandragem, proteção, exposição a situações supresa, elegância e ritmo. Na hora da dança, o homem conduz a sua dama, e nunca o contrário. Diz-se que, antigamente, o malandro da Lapa fazia uso de um terno branco, sapatos preto e branco, ou marrom e branco e, por debaixo do paletó, camisa preto e branca ou azul e branca, listradas horizontalmente, além de um Chapéu Panamá ou Palheta - há uma confusão sobre esses dois chapéus, parecidos de longe, porém, de perto, bem diferentes. Dentro do bolso, carregavam uma navalha. A mão sempre ficava dentro de um bolso da calça, segurando a navalha em prontidão para o ataque; a outra gesticulava normalmente; suas pernas não andavam uma do lado da outra, paralelas, mas sempre uma escondendo o movimento uma da outra, como se estivesse praticamente andando sobre uma linha. Dançando, o dito "malandro" sempre protege sua dama, dando a ela espaço para que ela possa se exibir para ele e para o baile inteiro ao seu redor e, ao mesmo tempo, impedindo uma aproximação de qualquer outro homem para puxá-la para dançar. Daí também a atitude de se sambar com os braços abertos, como se fosse dar um abraço, além de entrar no ritmo da música, proteger sua dama. A principal figura do samba de gafieira é o gancho, que, como o próprio nome diz, pode ser utilizado como início de um passo, ligação para outro passo ou até mesmo para finalização de uma frase de passos.
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